sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A montanha

"O maciço Paine é especial, devido ao conjunto de montanhas distintas, sempre cobertas de neve, que o compõe: A primeira, Cuernos del Paine, possui picos retorcidos. A segunda e que batizou o lugar, Torres del Paine, tem a forma de três grandes dedos de granito, que emanam uma energia intrigante de magia e mistério. Por último as montanhas mais altas e ao mesmo tempo as que apresentam contornos mais “normais”, Paine Grande e Cerro Fortaleza, ambas com mais de 3.000 metros de altitude. As Torres aparecem abruptamente acima de um vale singular que abriga lagos incrivelmente azuis, rios, cachoeiras e cascatas, geleiras enormes, florestas impenetráveis..."

essa é a descrição nos sites de ecoturismo. também serve, mas vai muito além disso.

eu já imaginava que existissem lugares assim. lugares com o poder, sim o poder no seu mais estrito significado, de atrair e envolver as coisas em sua volta. quando digo coisas, as pessoas estão aí inclusas (que se deixam ou por descuido). o que eu não imaginei foi que eu, eu mesma, por descuido ou por querer, me deixasse ser "imantada". a minha explicação para o acontecido, cheio de pormenores, é uma só. quem me conhece sabe que sinto tesão pela natureza. sim, tesão mesmo, nos sentidos figurado e literal. sempre senti. do tipo ficar com os pés na terra pra sentir a Terra. cheirar o ar quando começa uma chuva, pois não há nada melhor para clarear a mente e relaxar a alma do que o cheiro da terra molhada. pois é, nesse lugar tive o privilégio de ver, sentir e ouvir a natureza em seu estado mais selvagem. estava diante e dentro de uma atmosfera única, um punhado de paisagens que cabem toda a energia do mundo. não tô falando só da beleza, aquela que a gente pode ver, tô falando das sensações, todas misturadas, que a gente pode até ver, mas principalmente sentir. eram montanhas azuis, águas laranja, terras amarelas, ar lilás e pensamento branco. a respiração se altera, o corpo estranha, os olhos não acreditam, mas a alma sente. eu saí de lá com nítida sensação de que voltaria, pois algo me chama, não sei se de fora ou se vem de dentro de mim. não é uma voz, é só uma força. força pode ser energia, então deve ser a energia atraindo mais um grão.

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Um comentário:

Adriana disse...

“A paisagem não é somente o cenário de um retiro para o estudo, dedicado à leitura e à observação da natureza. Nela se exprime um ideal de repouso meditativo, no qual o ser humano pode se apoderar das relações secretas que o unem ao cosmos e sentir sua existência, por assim dizer, justificada. A superfície da terra é ali apresentada como uma totalidade harmoniosamente ordenada que se oferece à distância, vista do alto por um observador que lhe faz face, como se lhe tivesse sido necessário separar-se dela para melhor compreender o que também o une a ela.”